
A Fundação Guamá foi selecionada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) para executar o Projeto Raízes Femininas, iniciativa voltada ao fortalecimento das organizações produtivas e econômicas de mulheres rurais nos estados do Pará e do Amapá. O investimento federal é de R$ 2,64 milhões, com vigência de 24 meses, no âmbito do Edital de Chamamento Público nº 01/2024 da Subsecretaria de Mulheres Rurais.
O projeto beneficiará 440 mulheres agricultoras, extrativistas, ribeirinhas e quilombolas organizadas em associações, cooperativas e grupos informais. As ações serão realizadas em nove municípios do nordeste paraense, entre eles Bragança, Capanema, Irituia, Mãe do Rio, Nova Timboteua, Santa Maria do Pará, São Domingos do Capim, São Miguel do Guamá e Tracuateua, e no município de Mazagão (AP), na Reserva Extrativista do Cajarí, na região do Lago do Ajuruxi.
Com foco em autonomia econômica, inclusão produtiva e sustentabilidade ambiental, o Raízes Femininas promoverá a estruturação do escoamento da produção, o acesso a mercados regionais e nacionais e a criação de um modelo de governança participativo e digital, com o apoio de um aplicativo de gestão e comercialização.
Além da plataforma tecnológica, o projeto prevê a criação de um ponto físico de distribuição para produtos das mulheres beneficiadas e a realização de capacitações técnicas e gerenciais, abrangendo temas como manejo agroecológico, gestão financeira e empreendedorismo rural.
Experiência e articulação regional
Reconhecida como Organização Social (OS) e Instituição de Ciência e Tecnologia (ICT), a Fundação Guamá traz para o projeto sua experiência na gestão de ambientes de inovação e no desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis na Amazônia.
A instituição já coordena projetos voltados à bioeconomia e restauração ambiental, como o Floresta Viva, Bacia do Xingu e o Amazônia Agora, e mantém parcerias com a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), entre outros órgãos. No Raízes Femininas, atuará também na articulação com universidades, empresas e instituições de pesquisa, fortalecendo o vínculo entre a produção tradicional e a inovação tecnológica.
No Amapá, o projeto será executado em parceria com a Associação de Moradores e Produtores da Reserva Extrativista do Baixo Cajarí (AMPRAEX-CA), que atua há mais de uma década em 13 comunidades ribeirinhas, fomentando o uso sustentável dos recursos naturais.
A atuação conjunta busca diversificar as atividades econômicas locais, fortalecer o cultivo agroecológico de hortaliças, ampliar a segurança alimentar e promover o empoderamento feminino por meio da geração de renda e da valorização do conhecimento tradicional.